Hora de pegar uma cor

Boa noite!

E estamos de volta com novidades sobre a Dona Gertrudes e sua revitalização. Após a visita neste período de férias, já tive a agradável notícia de que a Stude está em fase final, restando basicamente a lataria ser finalizada tendo a mecânica 100% pronta.

Agora os itens a serem comprados são basicamente de lataria e / ou externos. Algumas mudanças e novidades neste ponto. A começar pelos faróis de Mercedes 1113 antigos com moldura e pisca embutidos que não serão utilizados. Simplesmente não ficaram harmônicos com o conjunto. Em substituição teremos os faróis de Rural antiga com moldura metálica. Achei o modelo com lâmpadas halógenas que iluminam muito melhor que os antigos sealed beam ("silibim"). Encontrei algo que parece ser de qualidade e que tem um bom, visual afinal a picape será estilo hot rod. Como complemento teremos os piscas brancos do Jeep com lâmpadas LED âmbar posicionados no local original, logo abaixo do conjunto ótico. Juntamente a eles, vem os aros de farol da F75/Rural/Jeep.

Quase do outro lado, temos o bocal do tanque a ser posicionado no para lamas traseiro direito. O tanque de Chevrolet antigo foi colocado logo atrás do diferencial Ford 8.8" e no para lamas irá ser posicionado um bocal de tanque da RD350 um tanto popular entre os hot rods. A conexão entre bocal e tanque serão feitos com mangueiras de borracha. Atenção precisa ser dada depois para o local das bombas elétricas, também já compradas, mas estes serão definidos depois pelo eletricista e junto ao preparador. As bombas são SPA, de "Mercedes" com 12 bar de pressão máxima. Deste modo tem combustível suficiente para os bicos injetores visto que a pressão da linha de combustível será entre 5 e 6 bar, a depender dos injetores.

Como feedback do mecânico Guilherme "esse diferencial é muito forte, já abri um e é muito reforçado". Bom saber pois ele junto do cardan de Galaxie V8 com cruzetas da Willys não terão vida fácil após o conjunto montado. A caixa de marchas M5R1 (a mesma da F1000 4.9 mas com corpo em alumínio fundido) já está 100% preparada. Esta também com histórico de ser muito forte. Detalhe abaixo do cardan:

Seguindo em frente na parte da transmissão e tração, já foram entregues as talas de 10' feitas pela Brasrodas, a serem instaladas no eixo traseiro. Primeiro precisam ser montados os pneus para acertar o posicionamento das rodas e então será recortado o miolo das rodas de Ranger e colocadas nas novas talas. Ficará bem no limite dos para lamas mas isso era previsto já desde o início.

As rodas posteriormente serão pintadas de "alumínio" e montadas em definitivo. Os pneus serão os 275/60 R15 da Kumho. Na dianteira a idéia eh utilizar os 235/60 R15 mas ainda a encontrar esta medida. Será feito sem pressa devido à baixa criticidade agora. A idéia é ter os pneus traseiros comprados mês que vem.

Retornando um pouco, vamos falar um pouco do coração da Gertrudes. O motor foi retificado com sucesso e os kits comprados serão montados até o final do mês devendo ser enviado logo em seguida para Bagé. Ainda pendem as bombas de água e óleo e o conjunto de corrente e correia.

Ainda na parte da lataria, agora passamos aos acertos finais, sendo eles o acerto de para lamas e folgas de portas, bem como alisamento de quaisquer partes necessárias. A parte de baixo da picape já foi pintada e uma parte da parede corta fogo também. Isso já serviu para mostrar o tom que a pintura terá após pronta... e será absolutamente o que eu imaginava e queria.

A mecânica está toda no lugar praticamente, pendendo apenas detalhes menores. Abaixo podemos ver a caixa de direção e a caixa de marchas, bem como o bloco retificado e que se encontra em montagem final. As peças remanescentes do motor são as bombas de água e óleo e kit de corrente e correia dos acessórios. A ser comprado em Setembro devido a baixa criticidade no momento.

E já que falamos de motor, as pimentas extras para dar mais vigor aos 160cv originais do motor 4.0 V6 de Ranger estão sendo compradas já. Os dois turbos R4449 com válvulas integradas e as duas bombas de "de Mercedes" com 12 bar de pressão estão apenas aguardando o momento de entrar em funcionamento.

Juntamente a isso, fui até a Carbase em São Leopoldo, grande Porto Alegre, lá defini junto ao Marcelo, gerente, o que seria o nosso esboço do plano de ação. Baseados nas minhas expectativas e materiais já adquiridos, o Marcelo irá definir o que será melhor comprar daqui para frente e o que será necessário em termo de mão de obra e tempo. A definir nas próxima semanas.

Unindo isso ao tópico anterior, as turbinas. Qual o motivo de ter escolhido as R4449 com válvula integrada, visto que outras opções poderiam gerar mais potência e respostas? Primeiramente, o foco do "projeto" (palavra muito em voga hoje... qualquer um chama qualquer coisa de projeto, sem saber a definição, nem do que está fazendo nem do que é projeto, mas enfim, isso é conversa para outra hora) foi ajustado novamente e de volta aos princípios. Uma picape com bom desempenho, confiável o suficiente para viajar, confortável o suficiente para duas pessoas e com manutenção relativamente fácil.

Turbos com válvulas remotas tem melhor desempenho e resposta. A tomada de pressão pode ser feita bem próxima do corpo de borboleta, gerando mais precisão no sinal. Do outro lado, a wastegaste remota, tendo seu escape independente (ou unificado bem ao final do escape principal) gera menos contra pressão e em geral o build up de pressão é mais rápido, melhorando a retomada do motor. Contudo isso gera muito mais custo (mais peças, tubulações, soldas, remanejar itens) e deixa o sistema mais complexo. A integrada é mais simples e sacrifica um pouco da performance em prol da simplicidade, não só de controle, mas de montagem. Menos peças, menos coisas a manter ou a reparar. No final, o custo é bem menor também.

O combustível será mantido gasolina (mais fácil aquisição e maior autonomia), turbos são da Master Power (fabricação local e ampla aceitação no mercado), refrigerados a água (maior cuidado com o óleo tirando um pouco de carga do sistema de arrefecimento).

A injeção será sequencial, seja ProTune ou FuelTech. O Marcelo argumentou que mesmo sendo uma excelente injeção, a possibilidade de injeção e ignição sequenciais abre um leque de possibilidades imenso e torna o motor bem mais liso e eficiente. No final das contas, faz valer a pena mesmo ter uma injeção programável, com forte diminuição dos "poréns", dos "mas" e dos "ah, mas isso é normal em injeção programável". E isso que me levou a optar pela injeção programável, ter um motor liso confiável e de baixa necessidade de acerto posterior. Bater a chave, e andar. Caso contrário teria ido na primeira idéia que tive de motor aspirado com Quadrijet ou trinca de Webers, o que seria bem old school mas pouco prático, pouco econômico e de manutenção e acerto bem mais exigentes.

Vai ser uma picape de rua, motor preparado, mas sem itens e refinamentos de competição. Não são necessários e deixariam a Stude muito "final de semana e só na cidade", tirando o foco. Nada de ficar "brincando" com o acerto, querendo tirar "aquele cv a mais" ou deixar o motor com o "meu acerto". Se eu pagar a Carbase para fazer o acerto é porque quero salvar o tempo e a dor de cabeça de fazer eu mesmo, por não ter tempo nem espaço para poder fazer isso com a paciência necessária nessa oportunidade, quem sabe na próxima "filha".

Vou acabar sugerindo a Megasquirt por ela ser bem consistente e ser cheia de recursos.

Por fim, o advogado Luiz Fernando Saint Piérre foi contatado sobre como proceder e quais os itens a apresentar para legalizar a Stude com o motor turbo. Documentações enviadas e aguardando novo contato. Quem precisar do telefone do Luiz, por favor solicite nos comentários que envio por e-mail, ele atende a todo país e é especialista neste tipo de assunto (legalização de carros antigos).

Bem vamos a mais algumas fotos da Gertrudes: